segunda-feira, 31 de março de 2014

125º ENCONTRO DA TURMA DO BUNEKO - MARÇO DE 2014

125º ENCONTRO DA TURMA DO BUNEKO - MARÇO DE 2014

Um comentário:

pedro parente disse...

O ASSALTO.
Todo bar tem sua peculiaridade. Lá no bairro do Segredo o Bar do Carlito é conhecido pelo rigor de seu funcionamento, principalmente na hora de fechar. Deu a hora de fechar, não adianta insistir, o freguês recebe a conta num pedacinho de papel muito bem cortado, e fim de papo, pois não quer sacrificar sua mãe que o ajuda com seus deliciosos tira-gostos. O Carlito é uma figura correta e sistemática. A higiene é irretocável. Seu pai e sua esposa, admiráveis, formando uma família exemplar.
O bar não é grande, e é costume a todos os freqüentadores que chegam cumprimentar um por um com um forte aperto de mão.
Pois bem, ali freqüenta uma turma eclética. A maioria de jovens senhores bem sucedidos amigos de longa data, tanto que há mais de dez anos criaram a Turma do Buneko que se reúne todos os meses na residência ou no sítio dos confrades, para comemoração dos aniversariantes.
Segundo “Paulo Buda” um dos decanos: “Tem dias que este bar está um verdadeiro hospício”. Impossível segredo. Todos participam das conversas.
Bar é lugar de gente alegre. Raro encontrar alguém triste e macambúzio. A ordem é alegria.
Num fim de tarde, já escuro, os circunstantes foram surpreendidos por um assalto a mão armada produzido por dois meliantes que chegaram de bicicleta de modelo obsoleto que servia de transporte para os dois. Por aí já se percebe o nível!
Colocaram o revólver na cabeça do primeiro que estava sentado à porta. Segundo o Rodrigo, pelo frio do cano, tratava-se de um “treisoitão”.
Anunciaram o assalto. Ninguém deu papo e a conversa continuou em voz alta.
Meio que desmoralizado, o pivete berrou um palavrão e repetiu que se tratava de um ASSALTO.
A turma atendeu e dedicou o merecido respeito ao ato.
O primeiro a ser assaltado puxou a carteira cheia de dinheiro e na frente do pivete tirou “cincoentinha” e passou ao coletor de espórtulas. Satisfeito dirigiu-se ao próximo. Naldinho, nosso querido amigo de idade provecta com a memória prejudicada pelo mal de Alzheimer, ao ser pressionado pelo bandido, disse: - Não vou dar mais nada. Hoje já dei esmola!
Desconfiado o cara dirigiu-se ao nosso intrépido Comandante de Longo Curso conhecido carinhosamente como Batata. Apontou o revólver e o Batata no auge das suas lucubrações, pensando tratar-se de um isqueiro, prontamente tirou um cigarro do bolso e levou-o até a ponta do cano no intuito de acendê-lo. O cara quase pirou!
Carlito sorrateiramente, esgueirando-se pelo chão arranjou um jeito de comunicar-se com sua mulher na parte de cima do bar que imediatamente, da janela, alardeou que chamaria a polícia.
Ato continuo, os moleques correram e montaram na bicicleta. O comparsa que dirigia o veículo, ainda xingou com um palavrão o garupeiro que quase o derrubara ao saltar afobado na garupa.
Saíram disparados na medida em que a velha bicicleta agüentasse.
Coisas de São João!
Pedro Parente
26/04/2014