O ASSALTO. Todo bar tem sua peculiaridade. Lá no bairro do Segredo o Bar do Carlito é conhecido pelo rigor de seu funcionamento, principalmente na hora de fechar. Deu a hora de fechar, não adianta insistir, o freguês recebe a conta num pedacinho de papel muito bem cortado, e fim de papo, pois não quer sacrificar sua mãe que o ajuda com seus deliciosos tira-gostos. O Carlito é uma figura correta e sistemática. A higiene é irretocável. Seu pai e sua esposa, admiráveis, formando uma família exemplar. O bar não é grande, e é costume a todos os freqüentadores que chegam cumprimentar um por um com um forte aperto de mão. Pois bem, ali freqüenta uma turma eclética. A maioria de jovens senhores bem sucedidos amigos de longa data, tanto que há mais de dez anos criaram a Turma do Buneko que se reúne todos os meses na residência ou no sítio dos confrades, para comemoração dos aniversariantes. Segundo “Paulo Buda” um dos decanos: “Tem dias que este bar está um verdadeiro hospício”. Impossível segredo. Todos participam das conversas. Bar é lugar de gente alegre. Raro encontrar alguém triste e macambúzio. A ordem é alegria. Num fim de tarde, já escuro, os circunstantes foram surpreendidos por um assalto a mão armada produzido por dois meliantes que chegaram de bicicleta de modelo obsoleto que servia de transporte para os dois. Por aí já se percebe o nível! Colocaram o revólver na cabeça do primeiro que estava sentado à porta. Segundo o Rodrigo, pelo frio do cano, tratava-se de um “treisoitão”. Anunciaram o assalto. Ninguém deu papo e a conversa continuou em voz alta. Meio que desmoralizado, o pivete berrou um palavrão e repetiu que se tratava de um ASSALTO. A turma atendeu e dedicou o merecido respeito ao ato. O primeiro a ser assaltado puxou a carteira cheia de dinheiro e na frente do pivete tirou “cincoentinha” e passou ao coletor de espórtulas. Satisfeito dirigiu-se ao próximo. Naldinho, nosso querido amigo de idade provecta com a memória prejudicada pelo mal de Alzheimer, ao ser pressionado pelo bandido, disse: - Não vou dar mais nada. Hoje já dei esmola! Desconfiado o cara dirigiu-se ao nosso intrépido Comandante de Longo Curso conhecido carinhosamente como Batata. Apontou o revólver e o Batata no auge das suas lucubrações, pensando tratar-se de um isqueiro, prontamente tirou um cigarro do bolso e levou-o até a ponta do cano no intuito de acendê-lo. O cara quase pirou! Carlito sorrateiramente, esgueirando-se pelo chão arranjou um jeito de comunicar-se com sua mulher na parte de cima do bar que imediatamente, da janela, alardeou que chamaria a polícia. Ato continuo, os moleques correram e montaram na bicicleta. O comparsa que dirigia o veículo, ainda xingou com um palavrão o garupeiro que quase o derrubara ao saltar afobado na garupa. Saíram disparados na medida em que a velha bicicleta agüentasse. Coisas de São João! Pedro Parente 26/04/2014
Somos uma turma de amigos.
Aí vai o nome da galera:
Zé Lica(in memoria), Claro, Zé Antônio, Carlitos, Pedrão, Eli, Paulo Branco, Bolão, Caixa D´água, Waldir, Cláudio Lopes, Fernando Barbicha, Adriano Galisteu, Geraldo, Hélio, Gustavo, Reginaldo, Jadir, Antônio Henrique, Barriguinha, Beto, Paulo Buda, Danilo, Darcy, Hebert, Joe, Leréia, Lúcio, L. Carlos BB, L. Carlos SC, Luis Fonseca, Mauro, Mé, Miltinho, Osvaldinho, Rodrigo, Sérgio Cavalieri, Tadeu, Zé Cláudio, Luizinho, Dede do Raio, Sergio Oliveira, Tonho Neves, João Luiz, Silvinho, Beto Carvalho,José Claudio, Fernado Baependi, Mauricio Sales, Breno, Ivan Velo, Domingos Ramos, Zequinha Santana, Ciro, Zu Alvarenga e muitos outros...
Um comentário:
O ASSALTO.
Todo bar tem sua peculiaridade. Lá no bairro do Segredo o Bar do Carlito é conhecido pelo rigor de seu funcionamento, principalmente na hora de fechar. Deu a hora de fechar, não adianta insistir, o freguês recebe a conta num pedacinho de papel muito bem cortado, e fim de papo, pois não quer sacrificar sua mãe que o ajuda com seus deliciosos tira-gostos. O Carlito é uma figura correta e sistemática. A higiene é irretocável. Seu pai e sua esposa, admiráveis, formando uma família exemplar.
O bar não é grande, e é costume a todos os freqüentadores que chegam cumprimentar um por um com um forte aperto de mão.
Pois bem, ali freqüenta uma turma eclética. A maioria de jovens senhores bem sucedidos amigos de longa data, tanto que há mais de dez anos criaram a Turma do Buneko que se reúne todos os meses na residência ou no sítio dos confrades, para comemoração dos aniversariantes.
Segundo “Paulo Buda” um dos decanos: “Tem dias que este bar está um verdadeiro hospício”. Impossível segredo. Todos participam das conversas.
Bar é lugar de gente alegre. Raro encontrar alguém triste e macambúzio. A ordem é alegria.
Num fim de tarde, já escuro, os circunstantes foram surpreendidos por um assalto a mão armada produzido por dois meliantes que chegaram de bicicleta de modelo obsoleto que servia de transporte para os dois. Por aí já se percebe o nível!
Colocaram o revólver na cabeça do primeiro que estava sentado à porta. Segundo o Rodrigo, pelo frio do cano, tratava-se de um “treisoitão”.
Anunciaram o assalto. Ninguém deu papo e a conversa continuou em voz alta.
Meio que desmoralizado, o pivete berrou um palavrão e repetiu que se tratava de um ASSALTO.
A turma atendeu e dedicou o merecido respeito ao ato.
O primeiro a ser assaltado puxou a carteira cheia de dinheiro e na frente do pivete tirou “cincoentinha” e passou ao coletor de espórtulas. Satisfeito dirigiu-se ao próximo. Naldinho, nosso querido amigo de idade provecta com a memória prejudicada pelo mal de Alzheimer, ao ser pressionado pelo bandido, disse: - Não vou dar mais nada. Hoje já dei esmola!
Desconfiado o cara dirigiu-se ao nosso intrépido Comandante de Longo Curso conhecido carinhosamente como Batata. Apontou o revólver e o Batata no auge das suas lucubrações, pensando tratar-se de um isqueiro, prontamente tirou um cigarro do bolso e levou-o até a ponta do cano no intuito de acendê-lo. O cara quase pirou!
Carlito sorrateiramente, esgueirando-se pelo chão arranjou um jeito de comunicar-se com sua mulher na parte de cima do bar que imediatamente, da janela, alardeou que chamaria a polícia.
Ato continuo, os moleques correram e montaram na bicicleta. O comparsa que dirigia o veículo, ainda xingou com um palavrão o garupeiro que quase o derrubara ao saltar afobado na garupa.
Saíram disparados na medida em que a velha bicicleta agüentasse.
Coisas de São João!
Pedro Parente
26/04/2014
Postar um comentário